17 janeiro 2011

PISO NACIONAL DOS AGENTES DE SAÚDE


Esclarecerei nessa postagem algumas questões relacionadas ao piso nacional dos agentes de saúde de todo Brasil que foi usado como pretexto para promover muitos políticos e posteriormente foi engavetado pelo governo. Graças às muitas marchas para Brasília garantimos com a Emenda Constitucional nº 63/2010 a mudança do Art. 198 da Constituição Federal de 05 de outubro de 1988, que nos garante o direito ao piso nacional.
A mesma emenda que garantiu o piso nacional dos agentes de saúde estabelece que uma lei federal regulamente o piso e as diretrizes dos planos de carreira da categoria, com isso, o piso só sairá efetivamente do papel quando o Presidente da República enviar uma matéria que regulamente o piso. Muitos senadores apresentaram matérias para regulamentar o piso, mas assim como ocorreu com PL da Senadora Patrícia Saboya, eles não poderão regulamentar o piso porque o PL implica no aumento das despesas da União e só um projeto de lei do Presidente da República poderá tratar do assunto.
É lamentável que muitos agentes tenham sido enganados por muitos políticos picaretas e pela CONACS que estava mais preocupada com promoção política do que com a categoria, a prova disso foi o abandono à causa dos agentes de saúde. Quanto aos políticos, mais lamentável ainda, pois prometeram muito até esgotar o tempo das eleições 2010 e após eleitos fazem vista grossa. Tivemos tempo de sobra para convencer o Presidente Lula a enviar o seu projeto de lei regulamentando o piso, mas até os aliados do governo deixaram para ultima hora a revelação que o PL de Saboya não seria apresentado por ser inconstitucional.
Tenho uma convicção companheiros ACE e ACS, ou tomamos vergonha na cara a fazemos uma paralisação nacional para zerar as informações do banco de dados do Ministério da Saúde ou ficaremos a mercê desses dos picaretas oportunistas. O problema é quem puxará oficialmente uma paralisação nacional já que a CONACS sumiu do mapa?
VEJAMOS A DATA EM QUE O SENADO ENCAMINHOU O PL 196 DE PATRÍCIA SABOYA E O TEMPO QUE A CONACS E A RELATORA DO PL 6.111 TEVE PARA REVELAR QUE ELE NÃO PODERIA REGULAMENTAR O PISO: 

OFÍCIO DO SENADO ENCAMINHANDO O PL DE PATRÍCIA SABOYA


Ofício nº 2.044 (SF)                             Brasília, em 24 de setembro de 2009.




A Sua Excelência o Senhor
Deputado Rafael Guerra
Primeiro-Secretário da Câmara dos Deputados


Assunto: Projeto de Lei do Senado à revisão.


Senhor Primeiro-Secretário,


Encaminho  a  Vossa  Excelência,  a  fim  de  ser  submetido  à  revisão  da Câmara dos Deputados, nos termos do art. 65 da Constituição Federal, o Projeto de Lei do Senado nº 196, de 2009, de autoria da Senadora Patrícia Saboya, constante dos autógrafos em  anexo,  que  “Altera  a  Lei  nº  11.350,  de  5  de  outubro  de  2006,  para  instituir  o  piso salarial  profissional  nacional  dos  Agentes  Comunitários  de  Saúde  e  Agentes  de  Combate às Endemias”.


Atenciosamente,

Daí eu lhes pergunto, fomos ou não enganados?

Agora veja o PL de Saboya:

CÂMARA DOS DEPUTADOS

PROJETO DE LEI N.º 6.111, DE 2009
(origem Senado Federal)

PLS N º 196/2009
OFÍCIO Nº 2044/2009 - SF

Altera a Lei nº 11.350, de 5 de outubro de 2006, para instituir o piso salarial profissional nacional dos Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Combate às Endemias.


DESPACHO:
APENSE-SE À(AO) PL 7495/2006.

 APRECIAÇÃO:
Proposição Sujeita à Apreciação do Plenário


PUBLICAÇÃO INICIAL

Art. 137, caput - RICD

 O Congresso Nacional decreta:


Art. 1º A Lei nº 11.350, de 5 de outubro de 2006, passa a vigorar acrescida dos seguintes artigos:
“Art. 9º-A. O piso salarial profissional nacional dos Agentes Comunitários  de  Saúde  e  Agentes  de Combate às Endemias será de R$ 930,00 (novecentos e trinta reais) mensais para profissionais com formação em nível médio.
§ 1º O piso salarial profissional nacional é o valor abaixo do qual a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios não poderão fixar o vencimento inicial das carreiras dos Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Combate às Endemias, para a jornada de, no máximo, 40 (quarenta) horas semanais.
§ 2º Não se aplica a exigência a que se refere o caput deste artigo, relativa à formação, aos profissionais que, na data de publicação desta Lei, estejam exercendo atividades próprias de Agentes Comunitários de Saúde ou Agentes de Combate às Endemias.
Art. 9º-B. O valor de que trata o art. 9º-A será integralizado de forma progressiva e proporcional no decorrer de 12 (doze) meses da entrada em vigor da presente Lei, admitindo, nesse prazo, que o piso salarial compreenda vantagens pecuniárias, pagas a qualquer título, nos casos em que a aplicação do disposto neste artigo resulte em valor inferior ao de que trata o art. 9º-A desta Lei, sendo resguardadas as vantagens daqueles que percebam valores acima do referido nesta Lei.
Art. 9º-C. A União deverá efetuar, por meio de recursos de seu orçamento, repasse financeiro, na forma e limites previamente estabelecidos pelo Ministério da Saúde, aos entes federativos responsáveis pela contratação dos Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Combate às Endemias, a fim de garantir o piso mínimo de vencimento de que trata o art. 9º-A.
Parágrafo único. O Ministério da Saúde fará acompanhamento técnico da destinação dos recursos repassados aos entes federativos, condicionando o repasse dos recursos do PAB Variável da Atenção Básica à comprovação do cumprimento do disposto no art. 9º-A.
Art. 9º-D. O piso salarial profissional nacional dos Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Combate às Endemias será atualizado anualmente, no mês de janeiro, pelos índices oficiais de inflação registrados no ano anterior.
Art. 9º-E. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios deverão elaborar ou adequar seus Planos de Carreira e Remuneração dos Profissionais Agentes Comunitários de Saúde e Agentes de Combate às Endemias até o prazo estabelecido no art. 9º-B, tendo em vista o cumprimento do piso salarial profissional e, ainda, a forma de ingresso ao serviço público através do processo seletivo público, nos termos do art. 9º, caput.”
Art. 2º Os arts. 6º e 7º da Lei nº 11.350, de 5 de outubro de 2006, passam a vigorar com a seguinte redação:
“Art. 6º ....................................................................................................
.................................................................................................................
III – haver concluído o ensino médio.
......................................................................................................” (NR)
“Art. 7º ...................................................................................................
................................................................................................................
II – haver concluído o ensino médio.
......................................................................................................” (NR)
Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

Senado Federal, em  25 de setembro de 2009.


Senador José Sarney
Presidente do Senado Federal


LEGISLAÇÃO CITADA ANEXADA PELA
COORDENAÇÃO DE ESTUDOS LEGISLATIVOS - CEDI

 LEI Nº 11.350, DE 5 DE OUTUBRO DE 2006

Regulamenta o § 5º do art. 198 da Constituição Federal, dispõe sobre o aproveitamento de pessoal amparado pelo parágrafo único do art. 2º da Emenda Constitucional nº 51, de 14 de fevereiro de 2006, e dá outras providências.

.............................................................................................................................

Art. 6º O Agente Comunitário de Saúde deverá preencher os seguintes requisitos para o exercício da atividade:
I - residir na área da comunidade em que atuar, desde a data da publicação do edital do processo seletivo público;
II - haver concluído, com aproveitamento, curso introdutório de formação inicial e continuada; e
III - haver concluído o ensino fundamental.
§ 1º Não se aplica a exigência a que se refere o inciso III do caput deste artigo aos que, na data de publicação da Medida Provisória nº 297, de 9 de junho de 2006, estavam exercendo atividades próprias de Agente Comunitário de Saúde.
§ 2º Compete ao ente federativo responsável pela execução dos programas a definição da área geográfica a que se refere o inciso I do caput deste artigo, observados os parâmetros estabelecidos pelo Ministério da Saúde.

Art. 7º O Agente de Combate às Endemias deverá preencher os seguintes requisitos para o exercício da atividade:
I - haver concluído, com aproveitamento, curso introdutório de formação inicial e continuada; e
II - haver concluído o ensino fundamental.
Parágrafo único. Não se aplica a exigência a que se refere o inciso II do caput deste artigo aos que, na data de publicação da Medida Provisória nº 297, de 9 de junho de 2006, estavam exercendo atividades próprias de Agente de Combate às Endemias.

Art. 8º Os Agentes Comunitários de Saúde e os Agentes de Combate às Endemias admitidos pelos gestores locais do SUS e pela Fundação Nacional de Saúde - FUNASA, na forma do disposto no § 4º do art. 198 da Constituição Federal, submetem-se ao regime jurídico estabelecido pela Consolidação das Leis do Trabalho - CLT, salvo se, no caso dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, lei local dispuser de forma diversa.

Art. 9º A contratação de Agentes Comunitários de Saúde e de Agentes de Combate às Endemias deverá ser precedida de processo seletivo público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a complexidade de suas atribuições e requisitos específicos para o exercício das atividades, que atenda aos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
Parágrafo único. Caberá aos órgãos ou entes da administração direta dos Estados, do Distrito Federal ou dos Municípios certificar, em cada caso, a existência de anterior processo de seleção pública, para efeito da dispensa referida no parágrafo único do art. 2º da Emenda Constitucional nº 51, de 14 de fevereiro de 2006, considerando-se como tal aquele que tenha sido realizado com observância dos princípios referidos no caput deste artigo.

FIM DO DOCUMENTO


2 comentários:

Anônimo disse...

è isso cosmo mariz nossa categoria tem que se unir nao ter medo de lutar por nossos direitos te adimiro por sua coragem te desejo força para continuar pois é com luta que vencemos grandes batalhas.

wfa disse...

É isso mesmo,vamos lutar todo juntos pela melhoria do nosso salário e garantir um futuro digno para nossa familia.estou junto nessa luta meus colegas e juntos venceremos essa batalha pois o primeiro passo foi dado agora basta continuarmos a caminhada.